domingo, 23 de maio de 2010

Mau de fumaça

Saí, como sempre, logo cedo. Alguns passos depois já avisto o mal do ar. Era apenas um pequeno foco de fumaça, aonde ontem tinham queimado o mato. Aquele cheiro ruim estofado meus pulmões. O fogo não é a solução para o mau do capim que teimoso continua a crescer independente de quantas vezes for carbonizado. O fogo é o que nos tira o pouco ar puro que ainda nos resta.

Semana passada houve um incêndio, da minha casa dava para ver a intensa nuvem de fumaça que denegria o ar. Naquele dia pensei que seria o fim do mundo, mas não, aquela nuvem escura não foi nada de mais. Não se ouviam comentários sobre o incêndio nos dias seguintes, ninguém saiu ferido, e a empresa tinha seguro e os bombeiros agiram bem. Nenhum mau há ninguém. E na realidade, depois disso o ar não ficou tão ruim quanto já era.

Enquanto ando, pelos mesmos trajetos que sempre faço, sempre vejo rastros do fogo. O fogo é um monstro devorador que aniquila tudo que encontra pela frente. Porem o fogo não faria nada sozinho, são os homens quem o controlam de maneira estúpida.

Havia fogo do lado de uma escola estadual e os alunos tiveram que ser dispensados das aulas porque ninguém conseguia estudar com aquela fumaça. Aquelas crianças foram prejudicas, mas não se importam com isso. Eu não sei se a culpa é do homem que colocou fogo no mato do terreno ao lado ou se é do capim que continua sua vida em seu ciclo quase natural

O fogo é um grande mau a todos. Um mau que age silenciosamente em nosso dia, mas sempre esta lá. Não sentimos esse mau, exceto quando sentimos a fumaça. Um dia nós iremos sentir de verdade o mau da fumaça e do fogo, e o temeremos como os primatas. Por enquanto ele ainda é um bem para humanidade se mantendo em pontas de cigarros.

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